segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Saúde de idosos é foco de pesquisa


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2005 revelam que os idosos são hoje o segmento da população que mais cresce no Brasil: mais de 18 milhões que completaram ou passaram dos 60 anos. Até 2020, devem chegar a 30 milhões. “Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, sempre tivemos a predominância de população jovem e essa pirâmide está se invertendo muito rápido”, explica a professora Renata Pinotti, do curso de Nutrição da Metodista, que realizou pesquisa para verificar a prevalência de desnutrição e risco de desnutrição dos idosos não institucionalizados (que estão em domicílio) da cidade de São Paulo. “Me envolvi com a pesquisa quando comecei a trabalhar em vários projetos e capítulos de livros junto com a professora Maria de Fátima Nunes Marucci da Universidade de São Paulo – USP, que acabou sendo a minha orientadora”.

A tese faz parte da macropesquisa “Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento” (SABE), 2000. A amostra foi de 1.788 indivíduos, que representaram uma população de 699.392 idosos. Destes, 2,2%, cerca de 15.600, estavam desnutridos e cerca de 23,1% (161.511) estavam com risco de desnutrição, o que somam juntos o índice de 25,3%, segundo a professora Renata. “O aumento da idade, por si só, é um fator de risco para a desnutrição”. Ela salienta que o próprio processo de envelhecimento já acarreta um risco de desnutrição importante para o idoso. Segundo Renata, o idoso não deve fazer uma dieta para emagrecimento, porque só ao envelhecer ele já perde peso. Essa perda é ainda maior depois dos 70 anos. Ele perde gordura, massa óssea, água, músculo. O Índice de Massa Corpórea ( IMC) para idoso deve ser, segundo a Organização Panamericana de Saúde, de 23 a 28 quilos por metro quadrado, diferente do índice aceitável para um adulto que é de 18,5 a 24,9. “Não podemos utilizar o mesmo parâmetro do adulto para o idoso pois um pouco de gordura para o idoso é um fator protetor”, destacou.
A pesquisa organizada pela OPAS (Organização Panamericana de Saúde) foi realizada em sete países da América Latina e Caribe e no Brasil, no qual a cidade- sede é São Paulo que tem como coordenação o Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).
“O nosso grupo, que inclui vários pesquisadores, está divulgando os resultados em congressos, hospitais que atendemos, e nos serviços que temos contato no Hospital das Clínicas, bem como na própria clínica da Metodista”. A professora Renata também orienta três alunas no curso de Nutrição que estão fazendo Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre o assunto.

PLANOS

Implantar a disciplina nutrição na Universidade Livre da Terceira Idade da Metodista está nos planos da pesquisadora. “Já fizemos a proposta e acho que já estamos encaminhando para a concretização”, revelou. A professora apresentou a sua pesquisa no Congresso Internacional de Nutrição organizado pela FENS – Federation of the European Nutrition Societies, em Paris, entre os dias 10 e 12 de julho. “Os meus resultados são muito parecidos com os encontrados nos países desenvolvidos, onde a prevalência de idosos desnutridos é de 2 a 7%”, constatou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário